segunda-feira, 1 de junho de 2009

Tá explicado

Agora eu entendi porque jornalista em Santa Catarina ganha tão mal. Aliás, entendi que jornalista aqui no estado não só ganha mal, mas também não tem o direito de querer ganhar melhor. Afinal de contas, as empresas jornalísticas catarinenses são entidades filantrópicas. E quem trabalha para entidade filantrópica deve se contentar em fazer o bem e não esperar lucrar com isso.

Não entendeu? Pois eu explico. Na sessão da última quinta-feira no TSE, o ministro Félix Fischer, relator do processo contra o Napoleão de Hospício, inocentou o governador. Entre os argumentos do relator, a falta de um contrato entre o governo do estado e os jornais do interior que comprovasse um conluio entre eles para promover a candidatura do Napoleão catarinense “por toda Santa Catarina”, um ano antes do período eleitoral.

É, de fato deveria existir um contrato no qual o governo reconhece que estava dando dinheiro para os jornais promoverem a candidatura do governador. Será que o ministro esperava um contrato registrado em cartório? Ah, deve ter vários desses entre traficantes e policiais corruptos. Ou entre servidores corruptos e empreiteiras, prevendo o pagamento da comissão nas licitações.

O ministro também disse não ver indícios de que a promoção da figura do Napoleão de Hospício seria uma espécie de retribuição à suculenta verba de publicidade com que o governo vem brindando os jornais do interior. Ora, ministro, por favor. Quer dizer então que mais de uma centena de jornais de todo o estado resolve fazer uma promoção indecente daquelas em troca de nada? Só pela simpatia do governador e pela bela(?) voz(??!!!?) da primeira-filha? Em que mundo o senhor vive?

Assim, só posso concluir que as empresas são entidades filantrópicas, que fazem o bem – mas, olhando atentamente a quem. No caso, a quem tem o poder e a caneta na mão.

Nenhum comentário: