terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Panelão

Gente do céu, como está quente aqui. Parece que ligaram o aquecedor no último e esqueceram de desligar. O ar parado, sem uma brisa que seja, é terrível. Ah, um banho de cachoeira...

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Férias

Ah, as férias... Depois de quase 12 horas de viagem, chegamos a Lorena. Festinha de aniversário do Tales, filho do meu irmão Jorge, bate-papo com direito a farofinha de içá, feita pelo tio Carlinho. Tia Odete já me convidou pra ir lá na casa dela também pra comer um içá que ela guardou. Nham, nham!!! Ah, a propósito, depois eu coloco fotos da farofa de içá, conforme prometi antes. E também vou postar as fotos da farofa sendo preparada.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Frases do cinema 4

Calvera: O que eu não compreendo é por que um homem como você aceitou este trabalho. Por quê?

Chris: Eu também me pergunto.

Calvera: Não, vamos, vamos, conte-me por que.

Vin: É como um colega que conheci em El Paso. Um dia, ele tirou todas as roupas e pulou em um monte de cactos. Eu fiz a ele a mesma pergunta: Por quê?

Calvera: E?

Vin: Ele disse que na hora pareceu uma boa idéia.

Conversa entre Calvera (Eli Wallach), Chris (Yul Brinner) e Vin (Steve McQueen), em Sete Homens e um Destino (The Magnificent Seven). Calvera fica intrigado com o motivo que levara sete competentes pistoleiros a aceitar defender uma vila de camponeses paupérrimos do México contra o bando dele.

Tá quase na hora

Daqui a quatro horas eu entro em férias. Que beleza!!

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Frases do cinema 3

"Na verdade, para alguns homens nada está escrito a menos que eles escrevam."

Sherif Ali (Omar Sharif) em Lawrence da Arábia.

Pouco antes, Ali tentara demover Lawrence (Peter O'Toole) da idéia absurda de voltar para resgatar Gasim - um dos componentes da expedição que atravessava o deserto e que havia caído do camelo sem que ninguém percebesse. Segundo Ali, estava escrito que “a hora de Gasim havia chegado” e que seria blasfêmia tentar livrá-lo da morte. Lawrence resgata Gasim e retorna à expedição como herói.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Dona Glória

Domingo foi aniversário da minha mãe. Dona Glória fez 67 anos e, a despeito de alguns problemas de saúde que surgiram há alguns anos – nada graves, graças a Deus –, esbanja vitalidade.

Aposentada desde julho de 1994, minha mãe faz de tudo um pouco: desenha, pinta, cozinha, dá aulas voluntárias de pintura, faz artesanato, entre outras coisas. Nas horas vagas ainda encontra tempo de passear um pouco. No ano passado, foi para a Alemanha, onde ficou por um mês. Este ano, visitou Portugal. Questionado por que não ia junto, meu pai foi taxativo: “Pra quê? Aqui tá bom!”. Então tá, né?

Funcionária do Ibama, preferiu retirar-se do trabalho alguns anos antes de garantir aposentadoria integral, para curtir “enquanto tem saúde”, como ela mesma explicou na época. Desde então, o acervo de quadros aumentou bastante – o dela, o nosso e os de nossos amigos. Confesso: fico inchado de orgulho quando dou de presente um quadro pintado pela minha mãe e ouço os elogios ao trabalho dela.

Minha mãe é um espetáculo. Batalhadora, rigorosa com nossa educação – se sou mal-educado, a culpa é exclusivamente minha – durona muitas vezes, amorosa sempre.

Mãe, um beijão! Sábado que vem estaremos aí.

Receita de final de ano

Muito amor no coração, alegria de estar reunido com as pessoas de quem a gente gosta, uma pontinha de saudade de quem já nos deixou.

Pra comer, chester, farofa de miúdos, peru, pernil de porco, espumante (não tenho dinheiro para champanhe), vinho, cerveja e muita, mas muita disposição pra festar.

Taí a receita “Pastel de Feira” pra um grande final de ano.

Aproveitem.

Frases do cinema 2

Renault: O que o trouxe a Casablanca?

Rick: Minha saúde. Eu vim para Casablanca por causa das águas.

Renault: Águas? Que águas? Nós estamos no deserto!!

Rick: Eu estava mal informado.

Diálogo entre o chefe de polícia Louis Renault (Claude Rains) e Rick Blaine (Humphrey Bogart) em Casablanca.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Quer lotar o cinema? Passe filme do Mazzaropi

Lorena, em priscas eras, tinha dois cinemas – o “Nosso Cinema” e o Cine Rex. O principal – o “Nosso Cinema” – era um espetáculo: 1.150 lugares, sendo 950 na platéia e 200 no mezanino – chamado, sabe-se lá por que, de “Pullman” – cujo ingresso custava o dobro do preço.

Numa cidade com poucas opções de lazer, ir ao cinema no final de semana era quase obrigatório. Porém, nem isso garantia lotação. Para ter certeza de que o cinema ia encher e a bilheteria ia bombar, o negócio era exibir filme do Mazzaropi.

Naquela época, parecia não haver muita preocupação com a segurança. Enquanto não lotasse tudo – inclusive os corredores – não paravam de vender entradas. Jamais vi cinema algum, em lugar nenhum, tão lotado quanto o de Lorena nos filmes do Mazzaropi. Certa vez, o cinema estava tão lotado que os funcionários mandavam que subíssemos para o “Pullman” sem precisar pagar o adicional.

E sabem por que tanto sucesso? Porque os filmes retratavam a vida simples do interior, pessoas que conhecíamos e que encontrávamos diariamente.

No meu caso específico, Mazzaropi me lembrava muito meu falecido tio Antonio, irmão da minha avó por parte de pai. Tio Antonio era uma figuraça que qualquer dia destes vai merecer um post aqui.

Já que falei de Mazzaropi, aproveito para recomendar uma visita ao Museu Mazzaropi. Fica na fazenda onde ele montou a PAM Filmes, em Taubaté.

http://www.museumazzaropi.com.br/

Sítio do Pica-pau Amarelo

Todos tendemos a achar que o que nos divertia na infância é eterno e que os programas infantis de hoje “não têm graça”. Muitas vezes eu tento evitar este tipo de sentimento. Mas nem sempre é possível.

Vejam o exemplo do Sítio do Pica-pau Amarelo. A genial criação do Monteiro Lobato foi transposta para a telinha inúmeras vezes – a melhor, na minha opinião, era aquela da Zilka Salaberry como dona Benta. Porém, a tendência da Rede Globo de “cariocar” tudo põe a perder a bela iniciativa de apresentar o Sítio às atuais gerações.

O grande erro, no entanto, não está em colocar crianças que moram na roça falando com sotaque carioca. Está em colocar crianças que aparentemente sequer visitaram uma cidade do interior paulista para encarnar os personagens.

Em Taubaté, cidade onde Lobato nasceu e foi criado, a prefeitura mantém um museu histórico em homenagem ao autor. O museu foi montado na antiga chácara onde Lobato morou e que o inspirou na criação do sítio. Estão lá a jaqueira gigantesca a que ele se refere em sua obra, os pés de jabuticaba, o enorme terreiro, etc.

E estão, também, pessoas da cidade interpretando os personagens. É gente que desde pequena vive o universo do escritor, sabe o que é uma vaca mocha, sobe em árvore desde criança, enfim, que vive o interior. Estes são os verdadeiros Pedrinhos e Emílias. Minha homenagem a eles, que encantam milhares de crianças e adultos que visitam anualmente o museu. Programa obrigatório para quem passa por Taubaté.

Frases do cinema 1

A partir de hoje, começo a postar frases que considero legais em filmes. A primeira é de Norman Phiffier (Jerry Lewis) em “Errado pra cachorro” (Who’s minding the store?).

“Um homem tem que ser rei na sua casa de campo tipo rancho à beira do lago.”

Quer frase mais “Pastel de Feira” do que esta?

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Tiê

Com uma semana de atraso, o Pastel presta uma justa homenagem ao aniversário de uma das pessoas mais bacanas, de bom caráter, trabalhadoras e tudo o mais que se pode usar de elogio: minha amiga Neli Tiê Miyazaki, ou, simplesmente, Tiê.

Já a conhecia de vista, mas nossa amizade começou pra valer em 1987/88, quando meu amigo-irmão Fernando – já citado em diversas passagens deste blog – apaixonou-se pela Sandra, a irmã caçula da Tiê, que estudava com a gente. Então funcionária do Banco Itaú, Tiê freqüentava o Zeka’s Bar – onde o Fernando trabalhava à tarde/noite – e foi a ponte entre os pombinhos.

Como de hábito nas famílias de origem japonesa – os pais delas são nascidos no Japão, mas migraram pra cá há muitas décadas –, o sistema é bastante rígido. Pra desviar a atenção e tentar driblar a vigilância, fui muitas vezes à casa da Sandra com o Fernando, nos finais de semana, quando os amigos sempre apareciam.

Convivemos por muito neste tempo. Depois, ficamos um pouco afastados fisicamente – eu fui morar no RJ e ela, no Japão. Em 1996, ela voltou pra ficar. Nesta época eu já morava em Florianópolis e passamos a nos ver sempre que ia pra lá. Jamais esquecerei que eles viajaram a noite toda só pra estar na minha formatura, em agosto de 1997.

Pouco mais de um mês depois, fomos padrinhos do casamento do casal que ajudamos a unir. Dá pra dizer que a única mulher que esteve comigo num altar – além da Carine e da minha mãe – foi ela (sabem que eu nunca tinha pensado nisso?).

Em 1999, Tiê e outro amigo-irmão, o Ives, foram padrinhos do meu casamento, juntos, também, com o Fernando e a Sandra.

Poderia passar horas aqui escrevendo sobre os grandes momentos, os churrascos, caldo verde, caldo de feijão, as cervejas, as festas, o chopinho no balcão da sorveteria de sucesso que ela abriu em Lorena com o irmão e o cunhado. Mas vou parar antes que comece a chorar.

Beijão, minha amiga!!

Churrasco de pobre e de rico

Bem no espírito do Pastel de Feira, vai aí uma descrição precisa do bom e velho churrasco – versões laje e El Divino. Enviado ao Pastel de Feira pelo vizinho boa-praça Mauro, santista (de nascimento) e palmeirense (no futebol). Calma, ele tem qualidades: é filho de corinthiano.

Abração, Mauro.

Churrasco de pobre e de rico

O Traje Feminino


Rico
Calça capri de cor clara da Zara ou outra grife importada; Bolsas L.Vuitton, Prada. Camisetinha básica branca da Club Chocolate ou Doc Dog., óculos Chanel, Valentino, sandália rasteira da Lenny. Ela sempre chega sozinha, dirigindo o seu próprio carro.

Pobre
Minissaia curtíssima, blusinha da C&A estampada, tamanco de madeira de salto altíssimo, óculos coloridos, piercing e anel no dedo do pé. Muitas usam biquíni por baixo, na esperança de tomar um banho de piscina.

O Traje Masculino

Rico
Bermuda Hugo Boss ou Richard, camisa esporte Siberian ou Brooksfield, óculos Armani e aquela caminhonete importada maravilhosa.

Pobre
Chinelo Rider, bermuda florida ou feita de uma calça jeans cortada com a barriga aparecendo, agasalho ou camisa do time do coração e óculos de camelô na testa. Chegam de Monza ou de carona com mais oito pessoas.

A Comida

Rico
Normalmente eles não comem, quando comem é um pouquinho de cada coisa. Arroz com brócolis ou açafrão, farofa com frutas, filé de cordeiro, picanha argentina, muzzarella de búfalo. Sendo que cada coisa a seu tempo e pausadamente.

Pobre
Vinagrete, farofa com muita cebola, maionese, muita asa de frango, lingüiça com pão, costela e a tradicional bola da pá (que eles juram ser mais macia que a picanha!).

A Bebida

Rico
Os homens, Chopp, Cerveja Bohemia ou Heineken geladíssima. As mulheres, ice, tônica Schweppes Citrus ou Evian, e Coca-Cola Light ou Zero.

Pobre
Cerveja Belco ou Kaiser, geladas no tanque de lavar roupa cheio de gelo. Quem fica tonto mais rápido, bebe, intercalado, água da torneira. Muita caipirinha com Caninha da Roça, Baré Cola e Guaraná Sarandi.

O Prato

Rico
Normalmente beliscam uma picanha servida num enorme prato branco liso de porcelana, taças adequadas a cada tipo de bebida: água, chopp, refrigerante.

Pobre
Os tradicionais pratinhos de alumínio ou papelão, eles ficam o tempo todo de olho na fila esperando diminuir. As bebidas são servidas em copinhos plásticos de 200ml (compra-se a quantidade exata do número de convidados) ou servem naqueles de requeijão ou geléia para os convidados mais chegados: familiares, algum cabo da PM, Corpo de Bombeiros, Escrivão da Polícia, etc - os VIPs.

A Música

Rico
Jack Johnson, Maria Rita, música instrumental, Lounge Music e Jazz. Pode ser que contratem um grupo que toca chorinho, mas com músicos formados pela escola de Música da UFRJ.

Pobre
Aquele pagodão de pingar suor, Zeca Pagodinho, Jorge Aragão e Revelação. Só CD's piratas (4 por 10,00), mídia azul. Não pode faltar o de Samba Enredo do ano. O importante é tirar a galera do chão, depois de umas 2 horas de churrasco, todos já estão dançando, independente das idades ou credos. Também rola uma batucada improvisada com panelas, tampas ou qualquer objeto disponível que emita um som (cantam de Almir Guineto à Alcione). A mulherada tira a sandália, porque não está acostumada, e bota a poeira pra subir com sua toalhinha branca encardida de tanto suor e com o conjuntinho de lycra ou jersey florido pra ficar mais à vontade.

O Churrasqueiro

Rico
Contratado de uma churrascaria famosa. Trabalha com um uniforme impecável e traz consigo toda equipe necessária para atender todos os convidados.

Pobre
Amigo de um conhecido que adora fazer churrasco, e cada hora um fica um pouquinho pra revezar. Normalmente é um cara barrigudo que fica suando com uma toalhinha na mão (ele usa para enxugar o suor, limpar as mãos e o que mais precisar!). Adora ficar jogando cerveja na brasa para mostrar fartura!

O Local

Rico
Área coberta com piso de granito, tem mesinhas, ombrelones e bancos da Indonésia, num lindo jardim com piscina, mas ninguém se anima dar um mergulho.

Pobre
Normalmente na laje, com sol quente na cabeça ou chuva para acalmar o fogo (então é improvisada uma lona de caminhão como cobertura, mas só para proteger a churrasqueira), cadeiras só para quem chegar mais cedo (esses cedem o lugar para as grávidas que sempre chegam de penca), os demais ficam em pé, esbarrando uns nos outros e pisando no seu pé, mas não tem problema porque a maioria tá descalça. Sem esquecer o tradicional banho de chuveiro, onde os bêbados começam com a brincadeira de querer molhar todo mundo.

E as mulheres gritando sai daí Giscleyson, vai se machucar!; vem pra cá Uóchitu já tem farofa de linguiça meu filho, vem logo, antes que seus primos venham e terminem tudo; Dayany pega teu irmão e leva lá pra drento e limpa a boca dele de Biscoito maizena, a boca chega a tá branca nos cantos; Cryslaine limpa o nariz do teu irmão que tá verde de tanto catarro; Cristyan Jeferson tem asa de galinha meu filho aproveita, Krystóferson vem comer carne meu filho, tá sangrando, Mayquol Djéquyson pára de correr meu filho e chama sua irmã para vir comer.

O Final

Rico
Em no máximo 4 horas, cada pessoa sai em seu próprio carro. Mas saem em momentos diferentes, para que o dono do churrasco possa fazer os agradecimentos a cada um com atenção.

Pobre
Dura no mínimo 8 horas e depois que todos já estão bêbados, o dono da casa diz que tem que trabalhar cedo no dia seguinte, mas o pessoal ainda quer fazer vaquinha para comprar mais uma caixa de cerveja. Quem não tem carro pede carona ou vai de humilhante (ônibus) mesmo. (isso sem falar nos que precisam curar o porre, estabacados no sofá ou no tapete, antes de pensar em ir embora!). O pessoal que tem carro, liga o som bem alto (pagode claro!) e sai buzinando, sorrindo e gritando: “Valeu maluco! Amanhã, tô aí pro enterro dos ossos!!”