quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Sítio do Pica-pau Amarelo

Todos tendemos a achar que o que nos divertia na infância é eterno e que os programas infantis de hoje “não têm graça”. Muitas vezes eu tento evitar este tipo de sentimento. Mas nem sempre é possível.

Vejam o exemplo do Sítio do Pica-pau Amarelo. A genial criação do Monteiro Lobato foi transposta para a telinha inúmeras vezes – a melhor, na minha opinião, era aquela da Zilka Salaberry como dona Benta. Porém, a tendência da Rede Globo de “cariocar” tudo põe a perder a bela iniciativa de apresentar o Sítio às atuais gerações.

O grande erro, no entanto, não está em colocar crianças que moram na roça falando com sotaque carioca. Está em colocar crianças que aparentemente sequer visitaram uma cidade do interior paulista para encarnar os personagens.

Em Taubaté, cidade onde Lobato nasceu e foi criado, a prefeitura mantém um museu histórico em homenagem ao autor. O museu foi montado na antiga chácara onde Lobato morou e que o inspirou na criação do sítio. Estão lá a jaqueira gigantesca a que ele se refere em sua obra, os pés de jabuticaba, o enorme terreiro, etc.

E estão, também, pessoas da cidade interpretando os personagens. É gente que desde pequena vive o universo do escritor, sabe o que é uma vaca mocha, sobe em árvore desde criança, enfim, que vive o interior. Estes são os verdadeiros Pedrinhos e Emílias. Minha homenagem a eles, que encantam milhares de crianças e adultos que visitam anualmente o museu. Programa obrigatório para quem passa por Taubaté.

Nenhum comentário: