segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Meu avô Waldomiro

Hoje faz 20 anos que meu avô paterno, Waldomiro, morreu, aos 84 anos. Até então, o único parente mais próximo que havia morrido tinha sido o tio Antonio, irmão da minha avó Lícia. Isso, no entanto, já fazia pouco mais de sete anos.

Não me lembro de nada de especial que tenha feito aquele dia. Tinha recém começado o cursinho pré-vestibular e meus dias passaram a ser compostos de aula pela manhã na escola, algum trabalho doméstico ou educação física à tarde e cursinho à noite.

E foi exatamente no cursinho que aconteceu comigo algo que eu tinha visto com várias outras pessoas em todos os anos da minha vida escolar. Assim que voltamos do intervalo e começou a aula de Física, uma funcionária do cursinho bateu à porta e chamou o professor Marcelo. O cara olhou pra sala e disse:

– Marcelo de Oliveira Santos! Quem é o desgraçado que está atrapalhando minha aula?

Na hora eu levantei pra ver o que era, quando a funcionária soltou as palavras que eu jamais gostaria de ouvir:

– Traz seu material!

Desabei na cadeira, olhei para meu amigo Luiz Fernando, sentado ao meu lado, e falei:

– Meu avô morreu!

Eu já sabia. Durante anos eu havia visto aquilo. No meio da aula na escola, um funcionário entrava na sala e chamava alguém. Na hora em que a pessoa ia levantando, ouvia que era pra levar junto o material. Era batata: no dia seguinte, o colega contava que algum parente havia morrido. Só que nunca havia acontecido comigo. Bom, pra tudo tem uma primeira vez.

Agora, em homenagem ao meu avô, dois exemplos do que ele mais gostava: música caipira.

Tonico e Tinoco cantando “Pingo d’água”, de João Pacífico e Raul Torres.



Aqui, Inezita Barroso canta "Saudades de Matão", de Raul Torres e Antenógenes Silva. Inezita é a apresentadora do programa que meu avô mais gostava, o "Viola, minha viola", há mais de 30 anos no ar na TV Cultura.

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