Agora eu entendi porque jornalista em Santa Catarina ganha tão mal. Aliás, entendi que jornalista aqui no estado não só ganha mal, mas também não tem o direito de querer ganhar melhor. Afinal de contas, as empresas jornalísticas catarinenses são entidades filantrópicas. E quem trabalha para entidade filantrópica deve se contentar em fazer o bem e não esperar lucrar com isso.
Não entendeu? Pois eu explico. Na sessão da última quinta-feira no TSE, o ministro Félix Fischer, relator do processo contra o Napoleão de Hospício, inocentou o governador. Entre os argumentos do relator, a falta de um contrato entre o governo do estado e os jornais do interior que comprovasse um conluio entre eles para promover a candidatura do Napoleão catarinense “por toda Santa Catarina”, um ano antes do período eleitoral.
É, de fato deveria existir um contrato no qual o governo reconhece que estava dando dinheiro para os jornais promoverem a candidatura do governador. Será que o ministro esperava um contrato registrado em cartório? Ah, deve ter vários desses entre traficantes e policiais corruptos. Ou entre servidores corruptos e empreiteiras, prevendo o pagamento da comissão nas licitações.
O ministro também disse não ver indícios de que a promoção da figura do Napoleão de Hospício seria uma espécie de retribuição à suculenta verba de publicidade com que o governo vem brindando os jornais do interior. Ora, ministro, por favor. Quer dizer então que mais de uma centena de jornais de todo o estado resolve fazer uma promoção indecente daquelas em troca de nada? Só pela simpatia do governador e pela bela(?) voz(??!!!?) da primeira-filha? Em que mundo o senhor vive?
Assim, só posso concluir que as empresas são entidades filantrópicas, que fazem o bem – mas, olhando atentamente a quem. No caso, a quem tem o poder e a caneta na mão.
segunda-feira, 1 de junho de 2009
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