sábado, 28 de agosto de 2010
Manezinha
Minha manezinha Mariana, nascida de frente pra Baía Norte, numa manhã de setembro de 2001. Taliqual o vento suli, chegou e virou tudo de perna pro ar. Ela está vestida assim pra festa da família do Educandário Imaculada Conceição.
Caldo verde - a receita
O caldo verde é uma receita fácil de fazer, saborosa de comer e muito boa para os dias frios. Vamos lá, porque não é sempre que tenho fotos boas pra ilustrar minhas receitas. Abraço ao amigo Fernando, de Lorena, que me ensinou a fazer esta iguaria.
Ingredientes: (para quatro pessoas)
Duas a três lingüiças calabresas defumadas, sem a pele e cortadas em cubinhos
200 g de bacon cortado em cubinhos
1,5 kg de batata inglesa descascada e picada em cubos
400 g de couve manteiga finamente picadas (os pacotes de couve já cortadas têm, em média, 200 g)
8 unidades de pão francês cortados em fatias
Sal
Azeite de oliva
O quanto bastar de tempero completo
Alho (opcional)
Importante: a quantidade de lingüiça e bacon pode variar conforme o gosto. Se quiser, coloque paio ou outros defumados de seu agrado. Eu prefiro apenas bacon e calabresa
Modo de fazer
Coloque as batatas para cozinhar em uma panela média (25 cm de diâmetro), com água o suficiente para cobrir bem as batatas. Se quiser, coloque uma colher de sopa de sal (não ponha muito, pois os outros ingredientes já contêm sal). Reserve em outro recipiente e não jogue a água fora, pois ela vai ser usada para processar a batata.
Na mesma panela usada para cozinhar a batata, frite bem o bacon e a calabresa, mexendo de vez em quando.
Enquanto frita, processe a batata usando um mixer ou um liquidificador, transformado tudo num creme médio – nem muito grosso, nem ralo. (Eu prefiro o mixer, pois faz menos sujeira e possibilita processar tudo de uma só vez no recipiente onde a batata foi reservada).
Quando as carnes estiverem bem fritas, acrescente tempero completo a gosto. Lembre-se de que é mais fácil acrescentar mais sal depois do que tentar enfrentar um prato salgado demais. Despeje o creme de batatas na panela, mexa bem e deixe cozinhar em fogo baixo para pegar bem o gosto das carnes. Depois de ferver bem por uns 10 minutos, veja se a espessura do caldo está do seu agrado, apurando mais ou acrescentando mais um pouco de água quente conforme seu gosto. Corrija o sal e está pronto.
Na hora de servir, coloque a couve crua picada nos pratos e sirva o caldo quente por cima. O calor do caldo vai cozinhar a couve no ponto certo. Há quem goste de colocar a couve direto na panela, mas eu prefiro no prato.
Regue com um fio de azeite e sirva acompanhado de fatias de pão.
Ingredientes: (para quatro pessoas)
Duas a três lingüiças calabresas defumadas, sem a pele e cortadas em cubinhos
200 g de bacon cortado em cubinhos
1,5 kg de batata inglesa descascada e picada em cubos
400 g de couve manteiga finamente picadas (os pacotes de couve já cortadas têm, em média, 200 g)
8 unidades de pão francês cortados em fatias
Sal
Azeite de oliva
O quanto bastar de tempero completo
Alho (opcional)
Importante: a quantidade de lingüiça e bacon pode variar conforme o gosto. Se quiser, coloque paio ou outros defumados de seu agrado. Eu prefiro apenas bacon e calabresa
Modo de fazer
Coloque as batatas para cozinhar em uma panela média (25 cm de diâmetro), com água o suficiente para cobrir bem as batatas. Se quiser, coloque uma colher de sopa de sal (não ponha muito, pois os outros ingredientes já contêm sal). Reserve em outro recipiente e não jogue a água fora, pois ela vai ser usada para processar a batata.
Na mesma panela usada para cozinhar a batata, frite bem o bacon e a calabresa, mexendo de vez em quando.
Enquanto frita, processe a batata usando um mixer ou um liquidificador, transformado tudo num creme médio – nem muito grosso, nem ralo. (Eu prefiro o mixer, pois faz menos sujeira e possibilita processar tudo de uma só vez no recipiente onde a batata foi reservada).
Quando as carnes estiverem bem fritas, acrescente tempero completo a gosto. Lembre-se de que é mais fácil acrescentar mais sal depois do que tentar enfrentar um prato salgado demais. Despeje o creme de batatas na panela, mexa bem e deixe cozinhar em fogo baixo para pegar bem o gosto das carnes. Depois de ferver bem por uns 10 minutos, veja se a espessura do caldo está do seu agrado, apurando mais ou acrescentando mais um pouco de água quente conforme seu gosto. Corrija o sal e está pronto.
Na hora de servir, coloque a couve crua picada nos pratos e sirva o caldo quente por cima. O calor do caldo vai cozinhar a couve no ponto certo. Há quem goste de colocar a couve direto na panela, mas eu prefiro no prato.
Regue com um fio de azeite e sirva acompanhado de fatias de pão.
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Caldo verde
domingo, 22 de agosto de 2010
A tecnologia aproximando as pessoas
(Post atualizado: a besta aqui achou que Burnaby era perto de Toronto, mas é na região metropolitana de Vancouver. É quase assim uma Palhoça, não tem?)
Acabei de bater um longo papo com minha amiga Renata, mulher do grande amigo Paulo Henrique. Eles estão morando há um ano em Burnaby, subúrbio de Vancouver, no Canadá. O PH estava trabalhando e a Renata tinha acabado de chegar do Brazilian Day de lá. Ela disse que tinha feijoada, mas que era meia-boca, principalmente se comparada à que eu faço. Eu me ofereci pra fazer uma feijoada pra eles em janeiro - basta que paguem minha passagem hehehe.
Parece uma bobagem, mas pra quem nasceu numa época em que telefonar era caro pra caramba, que um interurbano só deveria ser feito depois das oito da noite porque era mais barato, etc, etc, etc, conversar por 1h40min com alguém no Canadá, sem pagar um centavo sequer - e ainda poder ver a pessoa por uma câmera de vídeo - é muito bacana.
Muito bom poder conversar e rever pessoas queridas como a Renata. Falta agora sincronizar com o PH, pra podermos conversar também, depois de um ano só por e-mail e por escrito no skype.
Grande abraço aos dois, meus queridos amigos.
Acabei de bater um longo papo com minha amiga Renata, mulher do grande amigo Paulo Henrique. Eles estão morando há um ano em Burnaby, subúrbio de Vancouver, no Canadá. O PH estava trabalhando e a Renata tinha acabado de chegar do Brazilian Day de lá. Ela disse que tinha feijoada, mas que era meia-boca, principalmente se comparada à que eu faço. Eu me ofereci pra fazer uma feijoada pra eles em janeiro - basta que paguem minha passagem hehehe.
Parece uma bobagem, mas pra quem nasceu numa época em que telefonar era caro pra caramba, que um interurbano só deveria ser feito depois das oito da noite porque era mais barato, etc, etc, etc, conversar por 1h40min com alguém no Canadá, sem pagar um centavo sequer - e ainda poder ver a pessoa por uma câmera de vídeo - é muito bacana.
Muito bom poder conversar e rever pessoas queridas como a Renata. Falta agora sincronizar com o PH, pra podermos conversar também, depois de um ano só por e-mail e por escrito no skype.
Grande abraço aos dois, meus queridos amigos.
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Sacrifício de avó
Um dos assuntos abordados por Frank Capra no maravilhoso "A Felicidade não se compra" (It's a wonderful life), é como uma vida toca tantas outras, de tantas maneiras. No filme, George Bailey (James Stewart) consegue ver como seria sua cidade se ele não tivesse nascido. Fantástico e recomendável.
Todo esse nariz de cera pra abordar uma história familiar: hoje faz 68 anos que minha avó materna morreu. O nome dela era Alzira de Souza, nascida em Brusque (SC). Minha mãe tinha então apenas oito meses, o que gerou diversas reviravoltas na vida dela. Meu avô, Miguel, pernambucano, músico do Exército, pensando no bem-estar da filha, pediu aos padrinhos - José, também músico do Exército, e Beatriz - que a criassem. Isso tudo em Blumenau, 1942.
Uns quatro ou cinco anos depois, com a intenção de morar mais perto da família, José (fluminense de Cachoeiras de Macacu) transferiu-se para Lorena (SP), onde há um quartel do Exército. A história a partir deste ponto alguns já conhecem: meu pai, nascido e criado em Lorena, conheceu minha mãe, eles se casaram, etc.
O que importa hoje, além de reverenciar a avó que nunca conheci, é pensar no que teria acontecido se ela não tivesse morrido tão jovem - com apenas 26 anos. Se ela não tivesse morrido, minha mãe não seria criada pelos padrinhos, não se mudaria para Lorena - meu avô biológico morou até o fim da vida em Blumenau - e provavelmente eu não estaria aqui, hoje, escrevendo isso. Parece estranho, né? E é. Afinal, meu nascimento - e os dos meus irmãos - parecem só terem sido possíveis com a morte dela. Dizem que avós e pais não medem sacrifícios pelos filhos. No meu caso, posso garantir que sim.
Beijão, vó. Nunca nos conhecemos em vida, mas eu sei que a senhora zela por mim aí onde está.
Todo esse nariz de cera pra abordar uma história familiar: hoje faz 68 anos que minha avó materna morreu. O nome dela era Alzira de Souza, nascida em Brusque (SC). Minha mãe tinha então apenas oito meses, o que gerou diversas reviravoltas na vida dela. Meu avô, Miguel, pernambucano, músico do Exército, pensando no bem-estar da filha, pediu aos padrinhos - José, também músico do Exército, e Beatriz - que a criassem. Isso tudo em Blumenau, 1942.
Uns quatro ou cinco anos depois, com a intenção de morar mais perto da família, José (fluminense de Cachoeiras de Macacu) transferiu-se para Lorena (SP), onde há um quartel do Exército. A história a partir deste ponto alguns já conhecem: meu pai, nascido e criado em Lorena, conheceu minha mãe, eles se casaram, etc.
O que importa hoje, além de reverenciar a avó que nunca conheci, é pensar no que teria acontecido se ela não tivesse morrido tão jovem - com apenas 26 anos. Se ela não tivesse morrido, minha mãe não seria criada pelos padrinhos, não se mudaria para Lorena - meu avô biológico morou até o fim da vida em Blumenau - e provavelmente eu não estaria aqui, hoje, escrevendo isso. Parece estranho, né? E é. Afinal, meu nascimento - e os dos meus irmãos - parecem só terem sido possíveis com a morte dela. Dizem que avós e pais não medem sacrifícios pelos filhos. No meu caso, posso garantir que sim.
Beijão, vó. Nunca nos conhecemos em vida, mas eu sei que a senhora zela por mim aí onde está.
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Parabéns aos colorados
Parabéns ao Internacional de Porto Alegre pela conquista da Libertadores, na noite de ontem. Parabéns à Carine, minha mulher, única colorada da casa dela, que por anos aguentou gozações dos pais e da irmã gremistas e do irmão são-paulino.
terça-feira, 17 de agosto de 2010
Paçoca no céu
Hoje faz 21 anos que meu avô paterno morreu. Waldomiro Marcelino dos Santos tinha 83 anos e morreu dois meses antes de completar 84. Nascido em 1905, em Queluz (SP), era o mais velho de vários irmãos, dos quais apenas uma ainda está viva. Passou fome, comeu pão com banana verde e rachou muita lenha pra sobreviver.
Em 1930, cerca de um mês antes do casamento, a noiva dele morreu. O futuro sogro não deixou escapar aquele homem valoroso e trabalhador: "Não se preocupe, a Lícia tem 13 anos e, quando fizer 16, ela casa com você", garantiu meu futuro bisavô. Dito e feito: em 7 de setembro de 1933, Waldomiro - então prestes a completar 28 anos - casou-se com Lícia, de 16, e com ela viveu por 56 anos e teve 11 filhos, dos quais sete estão vivos.
Meus avós moraram na roça até 1937, mais ou menos. Saíram de lá pra viver em Lorena -o que não mudava muito a situação naquela época. Do trabalho na roça, foi para a Fábrica Presidente Vargas, em Piquete, onde passou 27 anos alimentando as caldeiras da fábrica de explosivos mais assassina de que eu já ouvi falar. A mão de Deus, no entanto, por várias vezes o salvou de estar lá na hora ou no local das explosões.
Lembro dele com muito orgulho: sério, bravo, mas amoroso com os netos. Não havia quem não dormisse quando ele pegava no colo. Outra lembrança: ele entrar na minha casa, pendurar o chapéu num preguinho que tinha ao lado da porta e comer uma banana. Do relógio de bolso - que eu ainda guardo comigo. De cortar a unha do pé com canivete. Do fogão a lenha cuidadosamente preparado, faltando apenas riscar um fósforo e botar fogo, aquecendo toda a cozinha. Das histórias contadas ao redor do pilão na quinta-feira santa, quando a família se reunia para fazer paçoca, numa tradição que perdura até hoje - a paçoca, não a reunião, infelizmente.
Meu primeiro ato rebelde na vida foi contra ele: repreendido por mexer em algo que não devia, respondi, todo corajoso, no alto de meus três anos de idade: "O senhor não manda em mim. O senhor não é meu pai". A resposta veio certeira: "Pois eu meto a mão em você e no seu pai se precisar!". É claro que não me bateu. E ainda mandou recado pra meus pais de que não era pra me castigar. Se dependesse só deles, levaria um tranco. Mas quem ousaria desobedecer a uma ordem do seu Waldomiro?
Suas únicas distrações eram cuidar da igreja de São Pedro, onde era uma espécie de sacristão, encontrar-se com os amigos aposentados em uma esquina da cidade, e assistir ao "Viola, minha viola", na TV Cultura. São Pedro hoje ele conhece pessoalmente - deve até tomar café com o velhinho lá em cima e cuidar das chaves do céu de vez em quando. Os amigos dele também devem estar lá, junto com ele, relembrando as velhas histórias. O programa de TV é que acho que ele não vê mais com tanta frequência. Pra isso, vai aqui um pequeno vídeo, em homenagem a ele. Vô, um beijão pro senhor. Um dia vamos fazer paçoca aí onde o senhor está, se eu for digno e tiver a ventura de chegar até aí.
Em 1930, cerca de um mês antes do casamento, a noiva dele morreu. O futuro sogro não deixou escapar aquele homem valoroso e trabalhador: "Não se preocupe, a Lícia tem 13 anos e, quando fizer 16, ela casa com você", garantiu meu futuro bisavô. Dito e feito: em 7 de setembro de 1933, Waldomiro - então prestes a completar 28 anos - casou-se com Lícia, de 16, e com ela viveu por 56 anos e teve 11 filhos, dos quais sete estão vivos.
Meus avós moraram na roça até 1937, mais ou menos. Saíram de lá pra viver em Lorena -o que não mudava muito a situação naquela época. Do trabalho na roça, foi para a Fábrica Presidente Vargas, em Piquete, onde passou 27 anos alimentando as caldeiras da fábrica de explosivos mais assassina de que eu já ouvi falar. A mão de Deus, no entanto, por várias vezes o salvou de estar lá na hora ou no local das explosões.
Lembro dele com muito orgulho: sério, bravo, mas amoroso com os netos. Não havia quem não dormisse quando ele pegava no colo. Outra lembrança: ele entrar na minha casa, pendurar o chapéu num preguinho que tinha ao lado da porta e comer uma banana. Do relógio de bolso - que eu ainda guardo comigo. De cortar a unha do pé com canivete. Do fogão a lenha cuidadosamente preparado, faltando apenas riscar um fósforo e botar fogo, aquecendo toda a cozinha. Das histórias contadas ao redor do pilão na quinta-feira santa, quando a família se reunia para fazer paçoca, numa tradição que perdura até hoje - a paçoca, não a reunião, infelizmente.
Meu primeiro ato rebelde na vida foi contra ele: repreendido por mexer em algo que não devia, respondi, todo corajoso, no alto de meus três anos de idade: "O senhor não manda em mim. O senhor não é meu pai". A resposta veio certeira: "Pois eu meto a mão em você e no seu pai se precisar!". É claro que não me bateu. E ainda mandou recado pra meus pais de que não era pra me castigar. Se dependesse só deles, levaria um tranco. Mas quem ousaria desobedecer a uma ordem do seu Waldomiro?
Suas únicas distrações eram cuidar da igreja de São Pedro, onde era uma espécie de sacristão, encontrar-se com os amigos aposentados em uma esquina da cidade, e assistir ao "Viola, minha viola", na TV Cultura. São Pedro hoje ele conhece pessoalmente - deve até tomar café com o velhinho lá em cima e cuidar das chaves do céu de vez em quando. Os amigos dele também devem estar lá, junto com ele, relembrando as velhas histórias. O programa de TV é que acho que ele não vê mais com tanta frequência. Pra isso, vai aqui um pequeno vídeo, em homenagem a ele. Vô, um beijão pro senhor. Um dia vamos fazer paçoca aí onde o senhor está, se eu for digno e tiver a ventura de chegar até aí.
Assinar:
Postagens (Atom)